22 agosto 2009












Quem é o Hamas?
O Hamas (abreviação em árabe de “Movimento de Resistência Islâmica”) é um desmembramento da Irmandade Muçulmana Egípcia, na Faixa de Gaza, que se expandiu também na Cisjordânia. Sua proposta política é a da criação de um Estado baseado em leis islâmicas, em todo o território onde hoje está Israel e os Territórios Ocupados da Cisjordânia e Gaza, destinados à Palestina. Esta organização acompanha tendências dentro de todo o mundo árabe-muçulmano de expansão de movimentos religiosos islamistas, em oposição a repúblicas e monarquias pró-ocidentais.



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História da Intifada PalestinaIsrael: cinco décadas de pilhagem e limpeza étnica Por Cecília Toledo, jornalista e militante do PSTU, para a revista Marxismo Vivo
“Foi para uma terra sem povo que lentamente, no final do século passado, começou a se encaminhar um povo sem terra”.1 Essa história, que desde a fundação de Israel em 1948 vem sendo martelada na cabeça dos povos do mundo inteiro, começa a ruir. E já não mais apenas por obra dos marxistas revolucionários, mas dos próprios israelenses. Tom Segev, um dos mais destacados historiadores de Israel da atualidade, entrevistado recentemente pelo jornal Folha de S.Paulo2, demonstra essa falácia. Autor do livro 1949 – Os Primeiros Israelenses, Segev se baseia no diário do pai-fundador de Israel, David Ben Gurion, no qual ele descreve sua política para forçar a saída dos árabes do recém-criado país. O livro, antes repudiado por mostrar que a versão oficial, em voga até então, era fantasiosa e que os árabes não deixaram Israel por vontade própria, mas foram expulsos com requintes de crueldade, já está inclusive sendo adotado nas escolas.
Esse “reconhecimento” por parte da história oficial é um tanto quanto tardio se levamos em conta que outros autores, em especial os marxistas, já haviam, exaustivamente, contado a história real do sionismo e desmascarado uma das mais monumentais falsificações históricas já feitas até hoje. Entre esses historiadores marxistas destacam-se o militante revolucionário Abraham Leon, morto nas câmaras de gás de Auschwitz aos 26 anos, e autor do importante livro A Questão Judia, e Ralh Schoenman, que escreveu a História Oculta do Sionismo, um relato detalhado e que não deixa dúvidas sobre a ocupação judia da Palestina. No entanto, esse reconhecimento é mais uma demonstração de que a situação é tão grave e o avanço da Intifada tão forte que até importantes historiadores israelenses já estão admitindo que a ideologia “da terra sem povo” é pura invencionice, e negam a torrente de mentiras que os sionistas vêm pregando há décadas e que serviram para iludir muita gente. Judeus: um povo-classe nas sociedades pré-capitalistas
Abraham León parte da proposta de Marx para demonstrar que a suposta originalidade do povo judeu tem causas materiais e históricas, sem qualquer relação com Jeová ou uma pseudo “essência” racial imutável, como supõem tanto os anti-semitas quanto os sionistas. Segundo Marx, para entender a questão judia, “não devemos buscar o segredo do judeu em sua religião, mas o segredo da religião no judeu real” 3. Partir da religião, como normalmente se costuma fazer, não explica a questão judia; para entendê-la é preciso entender o judeu em seu papel econômico e social.
León vai em busca das origens do povo judeu e chega à importante e rica noção de povo-classe. Nas sociedades pre-capitalistas, os judeus foram uma classe social, um povo-classe4, como são, entre outros povos, os ciganos. Os judeus representavam as formas “pré-históricas” do capital, tanto no mundo antigo como no mundo feudal. No feudalismo, as transações com dinheiro ocorriam relativamente à margem do modo de produção, já que essas sociedades eram produtoras de valores de uso e não de troca. Por ser uma atividade marginal, era exercida por “estrangeiros”, por povos-comerciantes, como os fenícios, os judeus e os lombardos. Esses eram povos-classe que, como dizia Marx, existiam nos poros da sociedade produtora de valores de uso. Assim, os judeus são a sobrevivência de uma velha classe mercantil e financeira pre-capitalista.
Sobre essas relações materiais dos judeus se assentava uma superestrutura institucional e ideológica: autoridades comunitárias, uma religião “especial” e o mito de considerar-se descendentes do primitivo povo hebreu que habitava a Palestina no início de nossa era. Essa superestrutura ajudava a manter a coesão do povo-classe mas, ao mesmo tempo, falsificava a verdadeira natureza de sua existência. É o fenômeno da falsa consciência, comum a todas as ideologias. E explica porque não há unidade racial entre os judeus. Oculto sob esse manto ideológico-religioso, ocorria o fenômeno da incorporação de indivíduos ou grupos inteiros ao povo-classe. Isso explica que tenha existido judeus de “raça” mongólica no Daghestão, judeus negros (os falasha) na Etiópia, judeus árabes no Islã e judeus de origem eslava na Europa Oriental. Isso prova que a descendência comum de Abraham ou dos habitantes da Palestina no início de nossa era é puro mito.
Com o desenvolvimento do capitalismo, a velha classe comercial pre-capitalista judia foi perdendo as bases materiais de sua existência como povo-classe. Na Europa Ocidental, especialmente na Inglaterra, os judeus começam a assimilar-se de forma natural. Mas antes que esse processo atingisse a Europa Oriental, de capitalismo mais atrasado, entramos na etapa imperialista do capitalismo, de decomposição no mundo todo.
Os judeus, tanto na Europa Ocidental quanto Oriental, passaram a enfrentar uma situação dramática. Ao colocar a solução do problema judeu nos termos na luta pelo socialismo, o marxismo começou a exercer uma grande atração sobre as massas judias. Seu caminho era fundir-se com a classe trabalhadora em suas lutas contra o capitalismo, porque para as massas judias miseráveis de Varsóvia ou de Kiev, o caminho seguido por seus correligionários mais afortunados da Inglaterra ou da França, da assimilação como burgueses nos marcos do capitalismo, já estava fechado para elas. Na Rússia, enquanto o império zarista alentava os choques entre russos e polacos ou ucranianos, ou destes contra os judeus, e enquanto o Império Austro-Húngaro fazia o mesmo no mosaico de povos que dominava, os marxistas revolucionários chamavam a unidade de todos os trabalhadores (de qualquer língua, nacionalidade ou “raça”) para lutar contra esses regimes e contra toda a burguesia imperialista européia.
Por isso, muitos operários, estudantes e intelectuais de origem judia ingressaram nas fileiras socialistas e se assimilaram aos trabalhadores de seus países. Mas o velho povo-classe, nas condições do capitalismo moderno, era cada vez menos homogêneo. E assim também famílias ricas, como os Rothschild e outros milionários se ligaram à burguesia imperialista dos diversos países europeus. E, entre as saídas burguesas para o problema judeu apontadas por esses setores, a mais importante é o sionismo. Outra saída reformista foi proposta por aqueles que ficaram conhecidos como bundistas.
O que foi o bundismo
Os bundistas eram membros do Bund, a União Geral de Operários Judeus da Lituânia, Polônia e Rússia, fundada em 1897. Surgiram na Rússia como um setor da social-democracia, tanto que, no início, fez parte do Partido Operário Social-Democrata Russo, mas quando este se dividiu, o Bund se colocou contra os bolcheviques5.
A base social do Bund era constituída por setores de artesãos, semiproletários ou operários de pequenas oficinas, especialmente da indústria de vestuário. Era um vasto setor com um pé no velho gueto e outro no proletariado industrial moderno. Isto se refletia na ideologia do Bund que, por um lado se reivindicava marxista e revolucionário e, de outro, negava o internacionalismo ao levantar barreiras entre os operários de distintas nacionalidades. Com a bandeira de defender a cultura nacional, pregava que os operários judeus deviam organizar-se de forma separada dos operários russo, poloneses etc. Assim, acabava por fazer o jogo da burguesia, ao dividir os trabalhadores de cada fábrica ou cidade segundo sua origem nacional ou “racial”.
Esse caráter contraditório, reflexo de uma contradição real de sua base social, determinava que, apesar de sua capitulação ao nacionalismo burguês, o Bund não propunha que os trabalhadores judeus se separassem da luta de classe e se unissem à burguesia judia para ir colonizar a Palestina ou algum outro território. Quem fez isso foram os sionistas.
O surgimento do sionismo
Também em 1897, quando surgiu o Bund, realizou-se em Basiléia, Suíça, o Congresso de Fundação da Organização Sionista6. O pano de fundo da irrupção do movimento sionista foi a rápida capitalização da economia russa depois da reforma de 1863, que tornou insustentável a situação das massas judias das pequenas cidades. No Ocidente, as classes médias, trituradas pela concentração capitalista, começam a se voltar contra o elemento judeu, cuja competição agrava sua situação.7
Em meio a esse clima, surge na Rússia a Associação dos Amantes de Sion e é publicado o livro de León Pinsker, A Auto-emancipação, preconizando o retorno à Palestina como única solução possível para os judeus. Logo depois, um jornalista judeu de Budapest, Teodoro Herzl, escreve O Estado Judeu, que até hoje é considerado o evangelho do movimento sionista, segundo Abraham Leon.8 Na França, o barão de Rothschild, junto com outros magnatas judeus, se opõe à chegada em massa de imigrantes judeus nos países ocidentais e começa a apoiar a obra de colonização judia da Palestina. “A seus ‘irmãos desafortunados’ a voltar ao país de seus ‘antepassados’, ou seja, a ir o mais longe possível, nada tinha de desagradável para a burguesia judia do Ocidente, que temia, com razão, o crescimento do anti-semitismo”, diz León. Assim, ainda que a Organização Sionista passasse a disputar a mesma clientela que o Bund e inclusive o socialismo revolucionário, seu caráter de classe era marcadamente distinto: aparecia como o programa de um setor da grande burguesia judia, que terminaria sendo dominante dentro dela.
No princípio, o sionismo aparece como uma reação da pequena burguesia judia, duramente golpeada pela crescente onda de anti-semitismo, tendo que se bandear de um país a outro, que quer atingir a Terra prometida a todo custo para livrar-se dessa situação. No entanto, o sionismo procura assentar-se em uma explicação religiosa para justificar sua existência. No ano 70 da era cristã, os judeus teriam sido expulsos de Jerusalém, ocupada pelos invasores romanos. Como na Bíblia, Jerusalém era considerada a pátria dos judeus, eles teriam sido expatriados; foi a famosa diáspora, que espalhou os judeus pelos quatro cantos do mundo.
Voltando a Marx, para entender a questão judia é preciso partir das condições materiais de vida do judeu e não da religião, das fantasias e ideologias criadas ao longo da história. “Enquanto que o sionismo é, realmente, produto da última fase do capitalismo, ou seja, do capitalismo que começa a se descompor, se vangloria de ter sua origem em um passado mais que bimilenário. E se bem o sionismo é essencialmente uma reação contra a crise do judaísmo gerada pela combinação do desmoronamento do feudalismo com a decadência do capitalismo, afirma ser uma reação contra a situação existente desde a queda de Jerusalém, no ano 70 da era cristã”, diz A.León.
Mas o próprio surgimento do movimento sionista refuta essas pretensões. “Como crer que o remédio a um mal existente há dois mil anos só tenha sido encontrado no final do século XIX? O sionismo vê a queda de Jerusalém como causa da dispersão e por conseguinte, a origem de todos os males do judeus no passado, no presente e no futuro. “A fonte de todas as desgraças do povo judeu está na perda de sua pátria histórica e sua dispersão em todos os países”, declara a delegação “marxista” do Poalé-Sión no Comitê holando-escandinavo9.
Essa história dos judeus, como é contada pelos sionistas, trata de criar o pano de fundo para justificar a ocupação da Palestina. Assim, depois da violenta dispersão dos judeus por obra dos romanos, os judeus não quiseram assimilar-se. Imbuídos de sua “coesão nacional”, “de um sentimento ético superior” e de “uma indestrutível crença em um Deus único”, teriam resistido a todas as tentativas de assimilação.10 O que não é verdade, já que, como vimos anteriormente, houve ao longo desses dois mil anos inúmeros casos de assimilação. Mas, de acordo com a histórica construída pelos sionistas, isso jamais teria ocorrido; a única esperança dos judeus durante esses dias sombrios que duraram dois mil anos era retornar à antiga pátria.
Segundo A.León, nunca o sionismo havia se colocado essa questão de forma séria. Por que, pergunta, durante esses dois mil anos jamais tentaram voltar realmente a essa pátria? Por que foi necessário esperar até o fim do século XIX para que Herzl os convencesse dessa necessidade? Por que todos os seus predecessores eram tratados como falsos messias? Para responder a essas incômodas perguntas, o sionismo recorre aos mitos. “Enquanto as massas acreditaram que deviam esperar na Diáspora até a chegada do Messias, foi preciso sofrer em silêncio”, diz Zitlovski.11 No entanto, como diz León, essa explicação não explica nada. Se trata precisamente de saber por que as massas judias acreditavam que deviam esperar o Messias para poder ‘regressar à sua pátria’. Como a religião é um reflexo ideológico dos interesses sociais, a partir do final do século XIX ela começou a deixar de ser um obstáculo para o avanço do sionismo e a se transformar numa cortina de fumaça para seu expansionismo, servindo para encobrir e justificar todas as suas mazelas.
Essas concepções idealistas do sionismo são inseparáveis do dogma do anti-semitismo eterno, ou seja, de que passe o que passe, os judeus serão sempre perseguidos. Dessa forma, o sionismo transpõe o anti-semitismo moderno para toda a história, economizando o trabalho de investigar as diversas formas de anti-semitismo e suas causas, e inclusive omitindo o fato de que em diversas épocas históricas os judeus não foram oprimidos, mas opressores, como membros da classe dominante.
“Na verdade, a ideologia sionista, como toda ideologia, não é senão o reflexo desfigurado dos interesses de uma classe. É a ideologia da pequena burguesia judia, oprimida entre o feudalismo em ruínas e o capitalismo em decadência, sintetiza A.León. Ele ressalta um fato justo, ou seja, que a refutação das fantasias ideológicas do sionismo não refuta, naturalmente, as necessidades reais que o fizeram nascer. É o moderno anti-semitismo e não o mítico anti-semitismo “eterno” o melhor agitador em favor do sionismo. Assim a questão fundamental é saber em que medida o sionismo é capaz de resolver não “o eterno problema judeu” mas a questão judia na época da decadência capitalista.
O defensores do sionismo o comparam com os demais movimentos nacionais. Mas o movimento nacional da burguesia européia é conseqüência do desenvolvimento capitalista; reflete a vontade da burguesia de criar as bases nacionais da produção, de abolir os resquícios feudais. Mas no século XIX, época do florescimento dos nacionalismos, a burguesia judia, longe de ser sionista, era profundamente assimilacionista. O processo econômico que fez surgir as nações modernas lançava as bases para a integração da burguesia judia na nação burguesa. Só quando o processo de formação das nações chega ao fim, quando as forças produtivas deixam de crescer, premidas pelas fronteiras nacionais, surge o processo de expulsão dos judeus da sociedade capitalista e o moderno anti-semitismo. A eliminação do judaísmo acompanha a decadência do capitalismo. Longe de ser um produto do desenvolvimento das forças produtivas, o sionismo é justamente a conseqüência da total paralisia desse desenvolvimento, da petrificação do capitalismo, nas palavras de A Leon. Assim, enquanto o movimento nacional é um produto do período ascendente do capitalismo, o sionismo é fruto da era imperialista. A tragédia judia do século XX é uma conseqüência direta da decadência do capitalismo.12
Com toda razão, A.León lembra que justamente aí está o principal obstáculo para a realização do sionismo, a chave para se compreender a crise que vive a Palestina desde a fundação do Estado de Israel. A decadência capitalista, base do crescimento do sionismo, é também a causa da impossibilidade de sua realização. A burguesia judia se vê obrigada a criar um Estado nacional e assegurar as condições para o desenvolvimento de suas forças produtivas justamente na época em que as condições para isso desapareceram há muito tempo. A decadência do capitalismo, se por um lado colocou de forma tão aguda a questão judia, por outro torna impossível sua solução pela via sionista. E não há nada de assombroso nisso, diz Leon. Não se pode suprimir um mal sem destruir suas causas. O sionismo quer resolver a questão judia sem destruir o capitalismo, principal fonte dos sofrimentos dos judeus”.13
Isso remarca, como ferro em brasa, o caráter de classe do movimento sionista. É certo que os pioneiros da colonização da Palestina eram artesãos, pequenos comerciantes pobres, pessoas sem grandes posses. Dessa forma, tratou-se de criar uma imagem “plebéia” e até “operária” e “socialista” ao sionismo. Seus defensores, principalmente os que se dizem de esquerda, aceitam a idéia de que o movimento sionista não era um fator progressivo na política européia, mas argumentam que isso era secundário frente a um fato essencial: o sionismo seria o movimento de liberação nacional do povo judeu. E do “povo mais pobre”, daí ser uma “causa justa”.
É claro que não estava nos planos de Rothschild e da grande burguesia judia irem pessoalmente à Palestina cultivar a terra. O que fizeram foi um impulsionar um movimento para confinar os judeus mais pobres na Terra Santa e, com isso, afastá-los da luta de classes na Europa e dos partidos de esquerda, e, por outro lado, livrarem-se, eles em primeiro lugar, da fúria antisemita que crescia a olhos vistos. Outro objetivo desse movimento impulsionado pela burguesia judia era transferir essas massas para fora da Europa para constituir um Estado Judeu num ponto estratégico, em meio à maiores reservas de petróleo do mundo, ameaçadas pelo ascenso das massas árabes. Por isso, o Estado de Israel se tornou um enclave do imperialismo na região, o gendarme do mundo árabe.
Uma região “vazia”
Segundo os sionistas, a Palestina era uma região praticamente vazia. “Vastas regiões do país permaneciam inexploradas e pertenciam a senhores feudais ausentes. Estavam infestadas de malária e, além de algumas barracas de beduínos dispersas, estavam desabitadas e, por isso, disponíveis”.14 Nas vizinhanças da Terra Santa havia apenas alguns núcleos heterogêneos, muçulmanos, chequizes, maronitas, cristãos e gregos ortodoxos. Foi para uma terra sem povo que lentamente, no final do século passado, se começou a encaminhar um povo sem terra”.15
Vive-se a época da expansão colonial da Europa na Ásia e África. É nesse marco histórico se inicia o sionismo. E a Palestina, longe de ser uma terra vazia e sem dono, estava ocupada por outro povo, o povo árabe. Isso era um problema para a burguesia judia européia, tanto que Herzl nem menciona a palavra “árabe” em seu livro, apesar de saber, obviamente, da existência dos árabes. Essa falsificação, escondida durante tantos anos, não resiste mais à evidência dos fatos e, principalmente, ao recrudescimento da luta palestina, obrigando até mesmo os historiadores oficiais de Israel a reconhecer que aquela “não era uma terra sem povo”.
Esse foi o papel reservado aos desesperados judeus da Europa Oriental: servir de ponta de lança dos planos colonizadores da burguesia imperialista, em especial os Estados Unidos, interessados em criar uma cabeça de lança no Oriente Médio. Com um discurso filantrópico, a expansão colonial usava as massas miseráveis de judeus para seus fins nada louváveis. Quem poderia se opor a que os pobres judeus saíssem da escuridão dos guetos para o sol da Palestina? Infelizmente, essa troca, por mais benéfica que tivesse sido para eles, foi feita às custas dos árabes, massacrados e, estes sim, expulsos de sua terra de fato, e não por obra e graça de uma história bíblica.
O sionismo, o fascismo e os judeus
Se é importante que a história oficial comece a reconhecer que a Palestina não era uma terra sem povo, é preciso também esclarecer outro aspecto tão sórdido quanto esse que envolve a criação do Estado de Israel. Trata-se da relação do sionismo com os próprios judeus e com o nazi-fascismo.
O caráter racista do movimento sionista tem sua face mais abominável na relação que sempre manteve com os próprios judeus. Ralph Schoenman lembra que “os fundadores do sionismo estavam desesperados por combater o anti-semitismo e, paradoxalmente, consideravam os próprios anti-semitas como aliados, porque compartiam o desejo de arrancar os judeus dos países em que viviam. Passo a passo, assimilaram os valores do ódio aos judeus e o anti-semitismo, chegando, o movimento sionista, a olhar os próprios anti-semitas como seus mais fiéis padrinhos e protetores”.28 Ele cita inclusive uma carta que Theodor Herzl enviou ao Conde Von Plehve, autor dos piores pogroms na Rússia – os pogroms de Kishinev – com a seguinte proposta: “Ajude-me a conseguir o quanto antes a terra (Palestina) e a revolta (contra a dominação zarista) acabará. Von Plehve concordou e começou a financiar o movimento sionista
Trata-se, na verdade, de um pedido de colaboração entre a burguesia sionista e as classes dominantes de outros países para combater os judeus de esquerda, que se incorporavam aos partidos revolucionários. Nesse sentido, o sionismo, em sua colaboração com o fascismo, cumpriu um papel sórdido, pois jogava com os sentimentos religiosos dos judeus para massacrar os que fossem de esquerda. O movimento juvenil sionista Betar serviu de bucha de canhão para Mussolini formando esquadrões com camisas negras. Quando Menajem Beguin se tornou chefe do Betar, trocou suas camisas negras pelas beges, como usavam os bandos de Hitler; era o uniforme que Beguin e os membros do Betar usavam em todas as assembléias e concentrações.
A estratégia do sionismo foi recrutar os europeus que odiavam os judeus e alinhar-se com os movimentos e regimes mais perversos, para que apoiassem a criação de uma colônia sionista na Palestina. E essa estratégia incluiu o nazismo. A Federação Sionista da Alemanha enviou um memorando de apoio ao Partido Nazista em 21 de junho de 1933. Dizia: “... um renascimento da vida nacional como o que ocorre na vida alemã... deve ocorrer também no grupo nacional judeu. Sobre as base de um novo estado (nazi) que estabeleceu o princípio da raça, desejamos enquadrar nossa comunidade na estrutura de conjunto de maneira que também para nós, na esfera a nós designada, possa desenvolver uma atividade frutífera pela Pátria...”.29
Longe de repudiar essa política, o Congresso da Organização Sionista Mundial, de 1933, derrotou por 240 votos contra 43 uma resolução que chamava a atuar contra Hitler. Durante esse mesmo congresso, Hitler anunciou um acordo comercial com o Banco Anglopalestino da Organização Sionista Mundial (OSM), que significava o rompimento do boicote judeu ao regime nazista em um momento em que a economia alemã era extremamente crítica. A OSM rompeu o boicote judeu e se tornou a principal distribuidora de produtos nazis em todo o Oriente Médio e Norte da Europa. Fundaram na Palestina o Ha’avara, banco destinado a receber dinheiro da burguesia judia-alemã, com o qual se adquiriu grande quantidade de produtos nazis.
NÃO EXISTE UMA "NAÇÃO ÁRABE" : Porque os “países árabes” não ajudam os palestinos, não existe uma nação árabe, assim como não existe uma nação portuguesa.Explico: existem países de língua árabe, assim como existem países de língua portuguesa. E mais: há muita mais semelhança entre os países de língua portuguesa do que entre os países de língua árabe.Até na culinária os países de língua portuguesa são mais semelhantes entre si do que os países de língua árabe. Um exemplo é a feijoada, que pode ser apreciada em Portugal, Angola, Moçambique, Guiné Bissau, Brasil, etc.Já o mesmo não se pode afirmar em relação aos países de língua árabe. Vocês já imaginaram um beduíno apreciando um quibe frito no deserto? Com certeza correria risco de vida.Portanto, aqueles que insistem em falar na existência de uma única nação árabe, ou não conhecem História e Geografia, ou são mal intencionados.É verdade que vez ou outra dirigentes de países árabes pontuam seus discursos em nome de uma suposta “nação árabe”. Alguns o fazem com sinceridade, mas para a maioria, não passa de uma fórmula demagógica para desviar a atenção sobre problemas diários que eles são incapazes de resolver.Em geral, tais dirigentes não passam de ditadores que não medem brutalidade para oprimir seu povo. E são esses mesmos ditadores que abominam qualquer movimento democrático e estão sempre culpando um inimigo externo.Por isso, quem supõe que os países de língua árabe podem ajudar os palestinos, engana-se. Os palestinos representam a antítese desses governantes. Os palestinos são o que há de mais novo que surgiu no Oriente Médio, razão pela qual eles assustam não somente o governo de Israel como também os governos “árabes”.Supor que reis, príncipes, ditadores e, vá lá, presidentes que governam países árabes podem ajudar os palestinos, é o mesmo que acreditar que um empresário vai dividir sua empresa com os operários ou um latifundiário vai dividir suas terras com o MST.(Post. do turcoluis.blogspot.com/2008) =>Um blog de informações culturais, políticas e sociais.

Feliz Páscoa!!

Olá seguidores! Hoje vou falar de moda, como me visto e como lido com as tendências. Sempre gostei de ver tudo sobre moda, as tendências...