15 novembro 2011

Nova safra de bonecas se propõe a desmistificar medos e estereótipos - Donna - Zero Hora

Nova safra de bonecas se propõe a desmistificar medos e estereótipos

Lançamentos reforçam a ideia de que "ser diferente é legal"

Nova safra de bonecas se propõe a desmistificar medos e estereótipos Divulgação, Mattel /
O lançamento de uma Barbie tatuada, com cabelo rosa e corte chanel, causou polêmica nos EUA no mês passadoFoto: Divulgação, Mattel
O lançamento de uma Barbie tatuada, com cabelo rosa e corte chanel, causou polêmica nos EUA no mês passadoFoto: Divulgação, Mattel

Depois que passou a fase tudo cor-de-rosa, Sofia Macedo Olivari, cinco anos, começou a despertar para outros interesses. No Dia das Crianças, surpreendeu os pais com um pedido inusitado. Queria uma boneca da vampira Draculaura, filha do Conde Drácula.

— Eu não conhecia, mas achei muito legal a escolha. A gente estimula que ela se interesse pelo estranho, pelo diferente, entenda que na vida existe o mocinho, mas também o bandido — exemplifica a mãe da menina, a pediatra Patrícia Macedo.

Patrícia curtiu a iniciativa de Sofia, mas tem muito adulto por aí com os cabelos em pé por causa da nova turminha das trevas. Febre entre meninas, a linha Monster High, da Mattel, foi lançada em setembro do ano passado nos Estados Unidos, trazendo ao mercado uma linha de bonecas que fogem um pouco ao padrão “princesa”. Filhas de monstros clássicos, como Lobisomem, Frankenstein, Monstro do Lago e Drácula, as personagens lidam abertamente com a temática da morte.

Além disso, ensinam crianças a aceitar a diversidade e respeitar ao próximo, mostrando que “o legal é ser diferente”.

— Crianças brincam para aprender a dominar seus medos e angústias, é uma necessidade ancestral que todos temos para entender e desmistificar a morte. Não há motivo para estranhamento — explica a professora de Psicologia da Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Tânia Ramos Fortuna, coordenadora do programa Quem Quer Brincar?.

Segundo Tânia, o imaginário das crianças é por si só simbolizado pelo estranho, pelo fantasmagórico, e o que as monstrinhas fazem é aproximar ainda mais esse universo da realidade dos pequenos, mostrando que sentir isso não é errado, pelo contrário.

— As bonequinhas são mais reais do que se imagina, pois aproximam questões do dia a dia deles, como ter pais diferentes, bichos de estimação diferentes, ser diferente. Sem dúvida é um debate rico, que provoca uma reflexão sadia sobre todos esses monstros que existem em nós — assinala Tânia.

Abrir o leque de opções de brinquedos é algo positivo, porém, mais importante do que o objeto em si é os pais estimularem seus filhos a vivenciar ao máximo possível o lúdico, com liberdade, magia e fantasia. É na infância que se começa a ensaiar a identidade da vida adulta, ressalta a psicanalista Maria Lúcia Müller Stein:

— Meninas brincam de boneca desde sempre. Umas gostam mais das que são seus bebês, outras do estilo Barbie. Independentemente do padrão “perfeita”, a Barbie pode ser uma bruxa na imaginação de uma menina. Quando não se tem nenhuma opção, até um sabugo de milho pode fazer o papel. Por isso, é importante que os pais tomem cuidado para não reduzir a potência da brincadeira ao brinquedo em si.

2 comentários:

Letícia Mota disse...

amei seu blog!!
gostei muito do conteúdo.

estou seguindo você.
segui de volta...
te espero no meu blog.
beijos.
http://modaeexcelencia.blogspot.com/

AndreiaSalim disse...

Olá Letícia!

Obrigada pela visita e comentário!
Já visitei seu blog e estou te seguindo, por achar muito bom!!!;)

Beijos e uma ótima quarta-feira!

Feliz Páscoa!!

Olá seguidores! Hoje vou falar de moda, como me visto e como lido com as tendências. Sempre gostei de ver tudo sobre moda, as tendências...